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As primeiras pesquisas sobre a erva mate.
Em antigos compêndios medicinais, encontram-se declarações curiosas a respeito da erva mate. Citando nomes estrangeiros, em grande parte desconhecidos, essas publicações anunciavam que o uso da infusão, em pouco tempo, “refaz da fadiga e excita ao trabalho”. Uma das mais entusiasmadas declarações deve-se ao dr. Doublet, médico francês que, em sua “Tese Sobre o Mate” apresentada em 1885 na Faculdade de Medicina de Paris, assegurava que “a principal propriedade do mate consiste em duplicar a atividade sobre todas as formas: intelectual, motora e vegetativa, produzindo facilidade, elasticidade e agilidade físicas, sensação de força e bem-estar.”








Um dos primeiros estudos científicos mais detalhados sobre as propriedades da erva mate realizado em terras brasileiras deve-se a Joaquim Monteiro Caminhoá, professor de Botânica Médica, que publicou em fascículos, entre 1877 e 1884, seus Elementos de Botânica Geral e Médica, durante muito tempo considerado o melhor trabalho de botânica médica escrito no Brasil.

No final do século XIX, as pesquisas apontavam grande vantagem para a erva mate, em comparação com outras infusões.


Caracterização química da erva mate


A Ilex paraguariensis pode ser apreciada sob o aspecto químico bromatológico, ou como matéria-prima de vários subprodutos. Como foi visto, os indígenas a utilizavam por conhecerem suas virtudes, como aumentar a resistência à fadiga e reduzir a sede ou a fome.



As investigações químicas relativas à erva mate iniciaram-se em 1836, constatando a presença de diversas substâncias resinosas, matéria corante amarela, ácido tânico, etc. A identificação do principal alcalóide, a cafeína, ocorreu em 1843. Em 1848 foi descoberto o ácido do mate - o ácido café-tânico, já conhecido das sementes do café.



Em 1944, foram identificados como constituintes da erva mate os seguintes compostos: água, celulose, gomas, dextrina, mucilagem, glicose, pentose, substâncias graxas, resina aromática (formada por uma mistura de oleína, palmitina, lauro-estearina e um óleo cujas características muito se aproximam da cumarina), legumina, albumina, cafeína, teofilina, cafearina, cafamarina, ácido matetânico, ácido fólico, ácido caféico, ácido virídico, clorofila, colesterina e óleo essencial. Nas cinzas encontram-se grandes quantidades de potássio, lítio, ácidos fosfórico, sulfírico, carbônico, clorídrico e cítrico, além de magnésio, manganês, ferro, alumínio, e traços de arsênico.



Os principais componentes da erva mate podem ser associados nos seguintes grupos:



Polifenóis - Flavonóides: em geral constituem 20-30% da composição da erva mate, são solúveis em água, incolores, e são responsáveis pelo gosto adstringente do mate. Sabe-se que a qualidade da erva mate beneficiada é positivamente correlacionada com a concentração de flavonóides. A alta concentração de materiais polifenólicos confere excelentes características químicas à erva mate. Os principais flavonóides encontrados na erva mate são a rutina, a quercetina-3 e o canferol-3-rutinosídeo.



Alcalóides: cafeína, teofilina e teobromina são os três alcalóides estreitamente relacionados encontrados na erva mate, e são os compostos mais interessantes sob o ponto de vista terapêutico. A riqueza em alcalóides varia com a idade da planta, diminuindo com o aumento desta.



Taninos: a presença de substâncias tânicas, responsáveis pela adstringência (aroma) da erva mate, é conhecida desde o final do século. Pode-se encontrar: ácido clorogênico, ácido 3,4 dicafeoilquínico, ácido 3,5 dicafeoilquínico, ácido 4,5 dicafeoilquínico, ácido 3-cafeoilquínico, ácido 4-cafeoilquínico, e ácido 5-­cafeoilquínico.



Aminoácidos: alguns dos aminoácidos que podem aparecer na erva mate são os seguintes: ácido aspártico, ácido glutâmico, glicina, alanina, triptofano, cistina, arginina, histidia, lisina, tirosina, valina, leucina, isoleucina, treonina, metionina e asparagina.



Vitaminas: entre as vitaminas presentes no mate temos a vitamina C (ácido ascórbico), a vitamina B1 (tiamina), a vitamina B2 (riboflavina), o ácido nicotínico, a vitamina A, o ácido fálico, e também derivados do ácido pantotênico. Os teores vitamínicos dosados na infusão ficam reduzidos, na melhor da hipóteses, a cerca de 1/30, quando comparado com a erva mate, que não é a porção comestível do produto.



Componentes voláteis: estão presentes no óleo volátil, cujo teor já foi relatado por Peckolt, em quantidades reduzidas (0,001 a 0,005%), apresentam coloração amarelada, e têm um cheiro agradável, que traduz o aroma característico do mate. Como constituintes do óleo volátil podemos citar: ácidos graxos, ácido fórmico, ácido acético, ácido propiônico, ácido butírico, ácido valeriânico e ácido capróico. Um total de 196 componentes voláteis foram identificados no óleo volátil, sendo que muitos provavelmente são resultantes da degradação térmica dos carotenóides, ácidos graxos, degradação hidrolítica, ou formados pela reação de Maillard, durante os processos de secagem e torrefação.



Componentes minerias: as concentrações de minerais são específicas não somente para a espécie, idade e tecido, mas dependem também do ambiente. Diversos fatores controlam o teor de minerais nos vegetais, principalmente o genético.



Saponinas: são substâncias glicosídeas com a propriedade de provocar, em soluções aquosas, a formação de espumas. Devido à redução da tensão superficial, apresentam ação detergente e emulsificante. São responsáveis pelo índice de amargor e de espuma da erva mate.



Clorofila: é responsável pela coloração da erva mate durante seu processamento.



Carotenóides: constituem apenas 0,03 a 0,06% da erva mate, mas são importantes na formação do aroma. Estes compostos incluem: caroteno, luteína, zeaxantina, violaxantina e outros.



Lipídios: a presença de ácidos graxos insaturados derivados dos fosfolípidios é significativa na geração do aroma da erva mate. Os principais ácidos graxos são os ácidos palmítico, oléico, linoléico, esteárico, araquídico e palmitoléico. Pode ser também identificada uma resina aromática no produto, formada por uma mistura de oleína, palmitina, lauro-estearina, e de um óleo cujas características muito se aproximam da cumarina.



Além de: Ácidos Orgânicos, Proteínas, Celulose, Lignina e Enzimas



Propriedades terapêuticas
Segundo a literatura especializada, o mate é uma bebida estimulante que elimina a fadiga e estimula a atividade física e mental, atuando beneficamente sobre os nervos e músculos.



A cafeína exerce efeito sobre o sistema nervoso central, estimulando o vigor mental. Com vitaminas do complexo B, o mate participa do aproveitamento do açúcar nos músculos, nervos e atividade cerebral do homem; vitaminas C e E agem como defesa orgânica e são benéficas para os tecidos do organismo; sais minerais, juntamente com a cafeína, ajudam o trabalho cardíaco e a circulação do sangue, diminuindo a tensão arterial, dado que a cafeína atua como vasodilatador. Em tais situações, também pode ser suprida a sensação de fome.



0 mate favorece a diurese, sendo de grande utilidade nas moléstias de bexiga. Atua também sobre o tubo digestivo, ativando os movimentos peristálticos, facilita a digestão e suaviza os embaraços gástricos, favorecendo a evacuação e a mictação.



O conhecimento atual
As pesquisas atuais pouco acrescentaram, no essencial, às conclusões do Dr. Peckolt. Os componentes químicos destacados por Glênio Fagundes, em 1984, apontam a presença de vitamina B1, cálcio, ferro, fósforo e manganês, confirmando as propriedades terapêuticas da erva mate como estimulante, diurético e facilitador da digestão.

As maiores mudanças foram registradas na tecnologia do beneficiamento, que colocou diferentes opções para o consumidor. Entre 1994 e 1995, o consumo da erva mate na apresentação ready-to-drink cresceu 190% no mercado brasileiro.

Existe hoje uma infinidade de usos industriais identificados para a erva mate, além do tradicional chimarrão, do tererê e do chá mate. O extrato de folhas, a clorofila, os óleos essenciais, a cafeína, os flavanóides e as saponinas contidas na erva mate podem se transformar em sucos, refrigerantes, corantes, sorvetes, chicletes, medicamentos, material esterilizante, elemento de reciclagem, perfumes, desodorantes, cosmésticos ou sabonetes, ampliando enormemente as possibilidades de mercado para o produto.

Essas novas perspectivas de mercado exigem maiores investimentos em pesquisa, a fim de aprofundar o conhecimento técnico e científico sobre a erva mate e, ao mesmo tempo, evitar a pressão excessiva sobre os ervais nativos, na busca de aumento de produção e produtividade.




O mate e as novas técnicas
A facilidade na produção e o mercado seguro garantem vida longa à erva mate, mas também podem significar sua destruição. Seduzidos pelas técnicas que aumentam a massa de folhas das erveiras - tipo de poda e maior exposição ao sol -, muitos agricultores estão retirando a cobertura florestal. É um processo mascarado de desmatamento, que consiste em retirar progressivamente as árvores que “competem” com a erveira dentro da floresta. Num artigo publicado pela revista Ciência Hoje, a pesquisadora Sandra Rosa Andrade, da Escola de Florestas da Universidade Federal do Paraná, alerta para os riscos desses métodos. Diz a pesquisadora: “os ervais nativos precisam ser protegidos, pois o material genético utilizado hoje é constituído basicamente de sementes de árvores matrizes selecionadas visualmente. Ainda são poucas as áreas produtoras de sementes, e raros, no Brasil, estudos de bancos de germoplasma de Ilex paraguariensis e de espécies aparentadas”.

A falta de matéria-prima originária de ervais nativos leva, consequentemente, à necessidade de aprimoramento das pesquisas genéticas para obtenção de melhores resultados nos ervais plantados. Assim, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul têm desenvolvido estudos que são fundamentais para o conhecimento de padrões de variabilidade genética entre e dentro de populações e espécies, para orientar estratégias de conservação genética e de formação de bancos de germoplasma.

A estreita relação entre a conservação dos remanescentes da floresta com araucária e os ervais nativos também deverá estimular pesquisas para a implementação de práticas conservacionistas nas regiões produtoras de erva mate, combinando, assim, dois objetivos: a proteção da floresta com araucária como banco genético, e a garantia de produção da erva mate.

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